A LITERATURA INFANTIL E A MATEMÁTICA
Se o material usado nas aulas de matemática estiver
adequado às necessidades do desenvolvimento da criança, as situações-problema
apresentadas a ela enquanto manipula esse material, faz com que desperte o
interesse e o sentimento de desafio na busca de soluções.
Quando adotamos
problemas-padrão como o único material para o trabalho com resolução de
problemas na escola, podemos levar o aluno a uma postura de fragilidade diante
de situações que exijam criatividade. Ao deparar-se com um problema em que ele
não identifique a operação a ser utilizada, só lhe resta desistir e esperar a
resposta do professor ou resolverá o problema mecanicamente sem confiar na
resposta que encontrou.
Para
iniciarmos essa mudança é necessário que:
- Levemos em
consideração que o problema não
necessite de uso direto de
algoritmo.
- O problema deve ser
interessante, desafiador e significativo para o aluno, permitindo que ele
formule e teste hipóteses e conjecturas.
Objetivo:
Desenvolver em nossos alunos uma série de habilidades
em resolução de problemas:
·
Desenvolver e
aplicar estratégias para resolver uma grande variedade de problemas;
·
Formular
problemas a partir de situações matemáticas ou não;
·
Verificar e
interpretar resultados com respeito ao problema proposto;
·
Usar resolução de
problemas para investigar e entender os conteúdos matemáticos;
·
Adquirir
confiança em usar a matemática.
Critérios para seleção dos livros:
- O assunto abordado
tem relação com o mundo da criança e com os interesses dela;
- A linguagem, a
apresentação e os valores do livro correspondam ao desenvolvimento
psicológico e intelectual da criança;
- Transmite sentimento
de respeito e dignidade a pessoa humana;
- Aborda alguma noção
matemática específica ou propicia um contexto favorável à resolução de
problemas.
Importante:
·
O professor goste
de ler, conheça bem a histórias e as gravuras, pois muitas vezes sugerem a
exploração de um ou mais temas e também para que possa elaborar atividades
adequadas à classe;
·
Ter claros os
objetivos que deseja atingir;
·
Deixar o livro
ser manuseado, folheado, revisto até que a curiosidade seja despertada, a
criança necessita da recreação e prazer da leitura gratuita e ao sonho.
·
A história não
deve ser distorcida por uma ênfase indevida por um aspecto matemático.
·
A exploração do
texto literário não deve ser colocada em segundo plano. Após uma leitura , há muito
o que discutir, o que analisar, o que fazer para a criança perceber e opinar
criticamente.
EXEMPLO:
O livro conta a história de um elefante que vai viajar
e resolve dar uma festa de despedida para os seus amigos. Durante a festa, é
tirada uma foto de recordação, na qual aparece um rabinho estranho. Todos se
espantam com aquele rabo que aparece na foto e tentam descobrir a qual dos
convidados ele pertence.
·
Este trabalho foi feito com crianças de 5 a 6
anos, foram abordadas noções de contagem, seqüência numérica, medida de
comprimento e construção de gráfico.
·
Uma vez que as
crianças demonstraram gostar do texto o
trabalho prosseguiu com diferentes recursos: dramatização, fantoches, dobraduras, desenho livre e outros.
·
O livro em
questão não possui número de páginas , o que permitiu que a professora tirasse
proveito disso para realizar um trabalho envolvendo contagem, escrita dos
números, ordenação e seqüência, pedindo as crianças que numerassem as páginas
ou que localizassem
determinadas
figuras na pág ....
·
No final da
história a pergunta com suspense: De quem era aquele rabinho?
·
Trabalhar com a
exploração do enigma colocado pela história, permite a simulação de resolução
de problemas.
·
As primeiras
atividades foram pequenos problemas orais propostos tanto no texto escrito
quanto a leitura das imagens que envolveram contagens, observação, comparação e
alguns problemas propostos como:
- Quantos animais foram à festa?
- Qual o animal mais pesado que estava presente?
- Qual o animal mais leve que esteve presente? E o
mais alto? E o mais baixo?
- Quantos e quais são os animais que estão presentes
na festa, mas que não estão presentes na capa do livro?
·
Desenhos para
registrar a história
· Tarefa individual: imaginem o que o elefante falou
quando viu o rato – que era o animal ao qual pertencia o misterioso rabinho.
- “Sai rato. Você vai acabar com minha festa.”
- “Sai rato porque se não vamos acabar com você.”
- “Um rato aqui? Meu Deus do céu eu acho que estou
sonhando”.
·
Após a conclusão
da tarefa cada aluno contou aos colegas como havia imaginado a reação do
elefante diante da descoberta do convidado indesejado.
·
Os trabalhos ficaram expostos na classe
permitindo a troca de informações, idéias e a capacidade de crítica em relação
aos diferentes escritos, e, até, a habilidade de cada um em propor novas
soluções para o mesmo problema.
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